Que o prefeito canastrão tem tique nervoso tais como segurar uma caneta nas duas pontas e ficar girando-a enquanto ouve seus interlocutores, todo o mundo sabe; suspender o colarinho da camisa para assentá-la melhor sobre o pescoço também é conhecida por seus auxiliares; virar a cabeça ora para a direita, ora para esquerda, e levantar o queixo repuxando os músculos faciais e do pescoço também é um gesto conhecido por quem convive com Peixoto.
Conheci esses tiques nos tempos de quartel – servimos o Exército em Pindamonhangaba, em 1.970/71. De lá para cá nos encontramos casualmente pouquíssimas vezes. Acompanhava a vida de Peixoto pelos jornais e como jornalista desde 1980, quando abracei a profissão.
O que deve estar enervando o prefeito de Taubaté é saber que seu destino pessoal e político estão muito próximos de ser decidido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
O problema não são os tiques nervosos. São os processos que estão em andamento nos corredores da Justiça.
A conclusão do inquérito conduzido pela Polícia Federal é o que mais preocupa Peixoto, que entrou com pedido de HC preventivo para por medo de ser novamente preso. Seu pedido esvaiu-se. Peixoto está à mercê da Justiça Federal.
Para complicar mais um pouco a vida do prefeito canastrão, o vereador Digão (PSDB) entrou com pedido de abertura de comissão processante na Câmara Municipal porque Peixoto teria praticado crime ao autorizar pagamentos à Home Care em 2009, quando o contrato com tal empresa havia se encerrado em 2008.
Mesmo falida, a Home Care manteve estreitos vínculos com a administração Peixoto, como provam notas fiscais juntadas por Digão ao pedido de abertura da CP.
Outro imbróglio junta no mesmo pacote o prefeito Roberto Peixoto, o vereador Ary Kara José Filho e uma penca de funcionários e ex-funcionários municipais, contratados sem prestar concurso público.
Para tentar se livrar de mais este enrosco, Peixoto pediu vistas do agravo de instrumento impetrado pelo promotor de Justiça José Carlos Sampaio.
O pedido, autorizado pelo desembargador José Luiz Germano, foi publicado no Diário Oficial do Estado de 27 de janeiro deste ano..
Aqui, o DOESP de 27/01/12, com prazo de cinco dias para o processo ser visto pelos advogados de Peixoto.
Os autos, pelo tempo passado, devem estar nas mãos do desembargador para julgamento. Agora cabe à Justiça decidir se Peixoto e Ary Filho perdem seus cargos juridicamente.
Veja abaixo publicação do DOESP de 03/11/11, da Vara da Fazenda Pública de Taubaté, assinada pelo juiz Paulo Roberto da Silva, na qual é negada provimento à ação civil pública proposta pelo Ministério Público.