O
marketing transformou-se na principal ferramenta de promoção de uma candidatura
a prefeito, governador ou presidente da República. O investimento é altíssimo.
Diferentes interesses cercam um candidato, principalmente às prefeituras
municipais, mais sujeitas à manipulação e ao interesse imediato dos
“investidores”.
O
eleitor, portanto, é induzido a erro pelo marketing, que o faz crer nas
qualidades do candidato, elevada à enésima potência no horário eleitoral
gratuito. O candidato é “vendido” ao eleitor como um produto
de primeira necessidade, capaz de resolver todos os problemas da urbe que
pretende administrar.
A
nossa Taubaté não foge à regra. Após as sofríveis administrações de Roberto
Peixoto (2005/2012), que responde a dois processos na Justiça Federal, o marketing elegeu José Bernardo Ortiz
Monteiro Junior (PSDB), aqui chamado de futuro ex-prefeito, para dirigir esta
urbe quase quatrocentona.
Não há
necessidade de ser profundo para constatar que o primeiro ano de administração tucana
em Taubaté foi um desastre para os servidores públicos municipais, que não
tiveram um centavo de reajuste salarial, e para o município, estagnado pela
incompetência do governo municipal.
O
eleitor taubateano errou em 2004 quando elegeu Roberto Peixoto e o reelegeu em
2008. A demagogia se instalava no Palácio do Bom Conselho. Peixoto pode ser
igualado a Waldomiro Carvalho em termos de incompetência administrativa, mas
Ortiz Junior, em apenas um ano, superou os antecessores.
Quem
não se recorda da exuberância do programa eleitoral do futuro ex-prefeito de
Taubaté? Imagens lindíssimas, cortes perfeitos e uma apresentadora negra,
jovem, com “cara” de vencedora, trajando roupas sem sofisticação. Uma
estratégia de marketing perfeita, que levou ao engano quase cem mil eleitores
no segundo turno.
Ortiz
Junior terminou 2012, fugindo da Justiça Eleitoral para não ser intimado.
Escafedeu-se. Foi para local incerto e não sabido até ser diplomado e
empossado prefeito de Taubaté. O calvário do tucano estava apenas começando.
Ortiz Junior atravessou 2013 nos corredores dos tribunais.
Enfrentei
o tucano na Justiça Criminal, que me processa porque
o chamei de poste. O tucano não compareceu
na audiência para responder ao processo que a advogada Gladiwa Ribeiro move
contra ele por inverter os fatos e acusá-la apenas para fugir de uma pergunta
embaraçosa de um jornalista. Ação própria de embusteiro.
A malemolência
da Justiça Eleitoral de Taubaté foi questionada nos tribunais superiores, até
que, finalmente, no dia 19 de agosto, o mandado do tucano foi cassado. Nova
corrida de Ortiz Junior ao tribunal, desta vez para recorrer da decisão de
primeira instância.
O
tucano aproveitou o arquivamento de um processo criminal contra ele, por decisão
da PGE (Procuradoria Geral do Estado), para comemorar sua “absolvição”. Em
poucas horas, seus sabujos e lacaios encheram as redes sociais com a “notícia”
do livramento de Ortiz Junior da garra da justiça criminal.
O
futuro ex-prefeito de Taubaté não contava com a leitura atenta do
advogado Brenno Ferrari, que desmontou a farsa palaciana e anunciou: “Ortiz Junior continua réu”, ou seja, foi apenas um embuste revelado
neste blog em 1º de outubro.
O
eleitor taubateano foi enganado pelo marketing tucano. Ortiz Junior volta a
sentar-se no banco dos réus da Justiça Eleitoral de Taubaté para explicar de
onde saiu o dinheiro que sustentou sua milionária campanha eleitoral.
Desconheço
os prazos para o trânsito de um processo entre um tribunal e outro. Terminado o
recesso jurídico, significa que em poucos dias a AIJE 952-92.2012.6.26.0141
deverá ser reaberta,
conforme determinação do TRE, para ser julgada pela Justiça Eleitoral de
Taubaté.
A bomba que destroçou o ninho tucano foi
lançada por Chico Oiring em abril do ano passado. Publicada neste blog no dia 2
de maio, contém os principais pontos das denúncias que o ex-chefe da
campanha de Ortiz Junior pretende levar à Justiça Eleitoral. Cada vez mais, o tucano
veste a fantasia de futuro ex-prefeito.
A possibilidade de Taubaté eleger um novo
prefeito ainda no primeiro semestre deste ano é real. O eleitor erra, mas é
sábio.